quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dream..


"Isso é pra você aprender que não se pode mudar o mundo'...
E ela sem aguentar o nó que se formou na garganta, saiu, saiu sem engolir direito o jantar, saiu com os olhos a transbordar, vazando o restinho do sonho de mudar pelo menos um pouquinho do mundo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A luz e a cor.


Os dois como pessoa tinham suas peculiaridades, ele alucinado pela luz, cantor no banho, eletricista, mecânico, marceneiro...e tantas outras coisas, aliás qualquer coisa que aparecesse, nasceu na cidade mas de alguma maneira sempre soube tudo sobre o sitio, sabia falar com todos, de todas as maneiras, trocava idiomas, mesmo que sempre tenha morado em um único lugar, o Brasil, inventava palavras e as defendiam até que alguém já irritado comprovasse sua não existência no google, ele era assim, avoadoooo, sempre interrompeu assustos muito importantes, dormia em discussões ferrenhas...
Ela por sua vez, maniática, queria tudo no seu lugar, adora filmes de comédia das mais bobinhas e com finais felizes, acordava cantando e (6 da manhã), sempre ria de tudo, perdeu amigos mais nunca a piada, por sua vez alucinada pelas imagens, cores, cheiros e toque, dona de casa de araque, adorava, mas quando estivesse a fim, sonhava em ter o dom da cozinha, sabe , colocar o avental florido e fazer um bolo, e assim, esse era seu trauma, morria de medo de água, adorava uma grama, balões, libélulas, flores em garrafas de cerveja espalhadas pela casa, sempre se achou um espirito velho em um corpo jovem, sempre transitou entre o bôemio e o zen, e esse era seu maior desequilibrio...
Ele fugia das metas, aliás, ele nunca soube o que significava a palavra meta!, ela sempre foi movida por elas, sempre deu muita importância aos ciclos, não só aos dela, como também aos da vida, até aos folclóricos, clichês, a segunda-feira, o dia 01, o ano novo, o que para alguns besteira da mais pura, para ela algo muito além, talvez por ter chegado ao mundo no primeiro dia do ano.
E assim, ambos decidiram iniciar um novo ciclo, um se fechou, e agora não tem volta...um só pode se abrir.
Como casal os dois eram complementares, assim como o vermelho e ciano, e em alguns momentos iguais, o que mais odiavam na verdade, ver seus próprios defeitos no outro.
E de tanto amor resolveram multiplicar, dividir, se dividerem em mais um, e ai só deus sabe o que virá, talvez um vermelho, talvez um ciano...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pare o mundo...só um pouquinho vai...


Porque hoje é sexta-feira, aquelas sextas psicológicas, deliciosas e frustrantes, que vamos dormir tarde, beber todas, sair da dieta, não fazer a bendita caminhada ao fim de tarde só pelo simples motivo do mundo não funcionar amanhã...AIAIAIAI o mundo deveria parar mais vezes, deixar a gente respirar sem peso na consciência, pois ando assim, com medo de respirar, sem tempo para respirar, e a pressão rolando, o mundo cobrando, as pessoas ligando e a louça diária pra lavar...
Cansa né?!, mulher moderna é o caralho...vez ou outra penso sobre isso, um turbilhão de coisas, trabalho, casa, contas, vontades reprimidas, casa, trabalho, amigos, diversão sacrificada e por ai vai, o ciclo nunca se fecha.
Vontade de trabalhar só para viver, viajar, ter filhos, curtir a vida ao extremo, vontade de trabalhar com uma meta e não parar de guardar até construir uma casa, um futuro e ai uma familia, ahhh... e essa vontade eu tenho e logo passa, sou tão imediatista, chega a doer.
Tiro a conclusão que a vida é bem mais simples do que imaginamos, um tanto mais fluida, leve, nós a complicamos, seria bem simples viver de acordo com o sentir...pena que nem todo dia é sexta feira (psicológica ou não), pena que o telefone continua a tocar, a pressão continua a rolar e o mundo continua funcionando...pena que continuo sem tempo para respirar...

domingo, 18 de abril de 2010

A gente muda o mundo da mudança da mente...


Pobre de ti, que nunca se quer teve um lampejo,que nunca te ocorreu algo mágico...
Que sim!!! Você pode escolher seus pensamentos, pode permitir que a paz te invada, como o sol em um dia cinza.
Que você pode ter verões internos constantes, que a plenitude começa em você, só em você,
que ninguém é responsável por sua felicidade, que ninguém além de você mesmo pode te tirar do vazio, que o único que pode te alegrar é você, que ninguém tem por obrigação te tirar da onde você mesmo se colocou, que a maldade, a inveja, o ódio estão simplismente em seus próprios olhos...

Então faça seus verões internos, contantes e pense que quando a gente muda o mundo muda com a gente...assim a vida começa a fazer sentido.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A estrangeira.


A busca pelo meio é e sempre será o pote de ouro do final do arco-iris.
Minha busca não começou hoje e está muito distante de cessar, talvez não, já que a maioria dos relatos inclui um flash, uma luz repentia, mas estou longe de crer em nirvanas estantâneos.
Busco em minha bagagem histórias, sentimentos, cheiros e qualquer vestigio que seja desse flash, e o que encontro na maioria das vezes (senão em todas) é a simples vontade de tal feito.
De repente o meio seja esse, com possiveis alterações, é verdade, mas quem sabe eu esteja vivendo tudo isso e só não percebo pelo simples fato de buscar mais, é do instinto do homem mendigar migalhas quando se está o tempo todo em cima de sua maior riqueza.
A paz não tem nome, endereço, tampouco amuletos, o coração não é só o orgão, além de sangue é ele que nutre o contentamento, dele vem a paz. Me sinto estrageira de mim, de tudo que me permeia, de ânsias que atormentam, vez ou outra, no melhor sentido da palavra, minha cabeça vive a transitar entre o mundano e o divino, o bem e o mal, e talvez essa seja minha essência, quem sabe eu seja esse pessoa, aquele tipo de pessoa que pisa a terra e olha o céu com a eterna vontade de fincar os pés no chão e manter a cabeça nas nuvens.
Ponto final! Eis o que sou...eis o meio meio.

Na íNDIA isso tem um nome: ANTESIVIAM ,a estrangeira de si mesma

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dias assim..


Há alguns dias que o melhor é calar, são dias que as as palavras não fazem sentido e o sentir ultrapassa toda e qualquer compreensão. Nesses dias o melhor é andar, porque quando andamos, andamos, o melhor mesmo é parar, parar bem longe de nós mesmo, olhar de longe, de canto de olho,à espreita com o silêncio.
A muito ela não passava por dia desses, os dias estavam completos, e tudo fazia sentido, hoje foi diferente, fácil seria culpar os malditos hormônios, afinal que mulher quer ter a culpa do silêncio, quer ser responsável por tamanha falta de palavras?!
No final da noite, resolveu não culpar ninguém, nem a si mesma por pensar demais, nem o marido por pensar diferente e nem seus pobres hormônios que nada tem a ver com isso, sentiu, desistiu de entender, e só nessa hora passou, cara a cara com o silêncio resolveu dar um basta. PRONTO!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

é preciso um bocado de tristeza...


Final feliz, o que será esse maldito final feliz?
Contos de fadas terminam assim, mais nunca explicam ao certo como é isso, sorrir sempre? nunca parar pra pensar na vida? Goethe cantou a bola tem um bom tempo né gente..."Nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos"
Poxa vida!!! precisamos do contraste, só sabemos da alegria por conta da tristeza, sofrer é muito importante, quando dói sabemos estabelecer limites, começamos a perceber o tamanho real das coisas...
Lembra do Vinicius?

´E melhor ser alegre que ser triste
alegria é a melhor coisa que existe
é assim como a luz no coração

E a continuacão, alguém se lembra?

Mas pra fazer um samba com beleza
é preciso um bocado de tristeza
senão não se faz samba não!!

Pois é, comercial de margarina, absorvente, banco...não pode ser referência.Sofrer é muito, muito importante, diga-se de passagem ine-vi-tá-vel, só ai passamos a ser felizes de verdade.
E ainda acredito que a alegria é ter dias tristes.

Sigo, feliz...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Deux


A dois o sol ficou mais bonito, até se via flares por ai.
Como de costume pararam em um canto, ficaram enquanto estava bom e sairam, ele acendeu um cigarro, falou de nada, mas como não significar nada se fez tanto sentido, se pouco tocou a alma, se o sol ardia e o vento sacoteava as folhas e o lenço que pendia do pescoço?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E de tanto olhar...


Ela andava meio assim, meio plena e meio em busca..do que? Esse sempre foi motivo digno de terapia, ela nunca soube ao certo, a não ser que de tempo em tempo se sentia em busca de algo,certa vez,sem querer chegou a pensar que essa ânsia por buscar algo estivesse totalmente relacionado ao clima,é, clima, o outono a deixava assim.
O sol ardia e o azul chagava a irritar quando ela foi tomada por um sentimento único...
sentou na grama molhada, sem tão pouco se importar, sentiu o chão e olhou, olhou a confusão de andorinhas voando, quase correndo em um pequeno côncavo de verde e água e de tanto olhar, olhou para dentro e ali viu como quem vê um fantasma, se deparou com as mesmas andorinhas...