segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cores.


Ao ver todas as cores, ela mesma corou, não envergonhada, e sim corou pela bola de algodão que se fez em sua garganta, e aquele comichão que parecia comer o peito, cessou por um segundo, dois talvez, em seguida, das cores, fez-se um borrão, pois a janela de sua alma nesse instante margou-lhe a face numa gota multifacetada, cintilante, chorou...desaguou de maneira contida por nem acreditar no que via, e assim as palavras escorregaram baixinhas e abafadas pelas batidas desritmadas do seu pobre coração...MEU LAR, NOSSO LAR.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A pescadeira


E ela se apresentou:
"´E que eu sou pescadeira...", disse isso com os olhos de um castanho derretido que me fez lembrar uma calda de chocolate,límpidos por trás de seus óculos, nos lábios, um sorriso doce, tão doce que meu vontade de leva-la pra casa, os cabelos, de certo já brancos, mas a brancura era disfarçada por uma vermelho vivo, não ardido como o fogo e sim, confortável como a lenha a queimar num dia frio.
Falou do seu véio, da Nelinha, pobre Nelinha, que foi chamada de maneira equivocada por duas semanas de princesa, na verdade, Nelinha é sim uma princesa, cachorrinha simpática que parece ter herdado a doçura de sua dona, a pescadeira, a senhorinha olhar de chocolate, a nova vizinha.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poeira .


E a vida aconteceu...aliás a vida está a acontecer de maneira tão intensa que vez ou outra o casal cansado se olha por entre a poeira que paira no ar, poeira de revolução, poeira de tirar o velho e entrar o novo, poeira de alegria e um tanto de cansaço, poeira...muita poeira, noites em claro,jantares de lanchinho, quando não, pão com manteiga, banho gelado, dor na costas e frio...
Ahhh o quanto a vida esta a presentar o casal estranho com gostos esquisitos, casal que desde sempre rubrou a vida e tingiu o sentimento, coloriu os cantos mais feiosos que habitaram, construiram familia ainda que sendo 2, se olharam , brigaram e agora trocam planos de um só sentados na beira da varanda, olhando para um céu tão estrelado, bem mais estrelado do que aquele que eles viam da casa velha, é...casa velha, agora o casal tem casa nova, e assim eles seguem a tingir mais sentimentos, a colorir mais cantos, a cantar nas manhãs frias...juntos, felizes ainda que cansados.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sorria que seu rumo se alumia.


Há dias que a poesia falta, que o mundo parece não girar no sentido certo...
E em dias assim um pacto havia se instaurado, ela não iria jamais pensar que tudo estava fora do lugar, (por mais que estivesse de ponta cabeça)
Ela seguiu seu ritual, acordou feliz, ainda que suas entranhas estavam a se contorcer, respirou fundo, mesmo com o ar faltando, pensou, lembrou e desejou que tudo estivesse bem, agradeceu por tudo estar bem e tentou, como tentou se conformar com a idéia de as coisas acontecem por algum motivo maior, tirou a lição dos fatos, foi até o banheiro, se olhou em um dos vários espelhos à sua frente e um deles não era um espelho, era uma frase que ela mesma havia colado, já sabendo que em dias triste se olha no espelho, talvez buscando a alegria no fundo da alma, talvez só para comprovar tamanha tristeza..o fato é que se deparou com a frase...

SORRIA QUE SEU RUMO SE ALUMIA...

E assim o fez, e assim o seu rumo se alumiu.