terça-feira, 10 de agosto de 2010

As manhãs.


Ela criou um costume, de manhã, quando o sol está a apontar, faz seu chá, come algumas torradas e sai, anda descalça pela grama ainda molhada, e deita no deque de madeira, que em outrora foi a fachada de seu estúdio, acima dela, arvores, um pé de não sei o que, outro de carambolas, as folhas verdinhas em um tom claro e algumas amareladas, não amarelo de morte, e sim, o amarelo da contra luz, e isso a faz suspirar, olha os beija-flores, passarinhos de todos os tipos e formatos, ri sozinha, ri junto...e toda manhã faz tudo igual.
O dia nasce, mesmo quando não queremos, partindo desse pressuposto, ela resolveu acordar com bons pensamentos, com luz de dentro pra fora, e deixar que essa luz se misture ao verde do seu jardim, toda manhã, ela doa um pouquinho da sua e recebe um ali, deitada, sorrindo e olhando pra céu, um tantão.