terça-feira, 26 de junho de 2012

O que a maternidade me ensinou.


Sim, daqui 2 semanas Gael irá completar 1 ano.
1 ano de vida no ar, 1 ano fora de mim, 1 ano de chão, teto, 1 ano respirando, 1 ano...
E eu me vejo aqui, 1 ano frente ao que realmente sou, a raíz, a mulher, a mãe!
A maternidade não salva ninguém, fico puta quando vejo pessoas dizendo que quando fulana virar mãe melhora, que a vida entra nos eixos, e tantas outras falsas promessas, como se ter um filho fosse tábua de salvação, não creio nisso.
Ser mãe nos transforma SIM! mas não pensem que irá tranformar sapo em principe, somos o que somos, um filho é só um potencializador de um todo, só podemos dar amor se o tivermos, e receber se sabermos enxergá-lo.
A maternidade aflorou minhas garras, me deu (ainda) mais voz, voz pra lutar por aquilo que acredito, falo, defendo e vez ou outra bato de frente com algumas pessoas por aquilo que acredito ser o melhor ao meu filho, faço e continuarei fazendo, pois sou mãe, sou tachada de chata, e vejam bem, frescurenta, pelo simples fato de exercer meu "papel" de mãe, de não entregar a responsabilidade de educar meu filho a ninguém, não poderia ser diferente, na minha cabeça isso cabe a mim, a nós, pais, na verdade, o mundo está ao contrário a muito tempo, e pouco notaram, hoje ser mãe, se entregar inteiramente e exclusivamente a seu filho, virou artigo de luxo, olhares assustados e desaprovação sondam o tempo todo.
Para mim, filho não é bicho adestrado, tão pouco robô, ele não está aqui para satisfazer olhares curiosos com seus truques, ele brinca, bate palma, imita bichos, ou qualquer outra coisa dentro seu mundinho, em suas brincadeiras, e isso deve ser respeitado, ela vai andar quando ele estiver preparado, e não quando a platéia pedir, oi!!! meu filho é um serzinho, com suas vontades (sim, vontades!!!!), e seu momento, e não existe possibilidade de ser diferente em minha cabeça, crianças não são respeitadas, são pequenas grandes coisas, que para mim são importantes.
Quero que meu filho cresça a seu tempo, que aprenda por exemplos, que respeite por que vê isso acontecendo todos os dias, que seja livre das amarras sociais, que faça pelo simples prazer de fazer, não quero sorrisos para agradar ninguém, quero que ele sorria quando tiver vontade, que abrace quando estiver a fim, beije quem ele sentir carinho, quero que ele aprenda isso desde de cedo, quero que ele indague, não quero obediência cega, quero que questione, discuta e aprenda a defender seus pontos de vista, mesmo que seja contra mim, ele não é minha extensão! ele é ele! quero que ele tenha a cabeça aberta, livre de preconceitos, que não distingua coisas de meninos de coisas de meninas, que essa difença não exista, que ele nem se quer descubra o que é sexismo! que não veja problema em usar uma roupa rosa, de brincar de bonecas, quero que ele possa escolher ser quem ele quiser, sem se preocupar com o que vão pensar, e quero poder dar oportunidade disso tudo ser uma opcão, e isso, começa desde cedo, e para isso é preciso reconstruir paradigmas, e bater de frente com o mundo que nos cerca, pois infelizmente poucos dividem essas idéias comigo, e se tem uma coisa que a MATERNIDADE ME ENSINOU, foi lutar, brigar, defender e reconstruir, para poder dar ao menos, um pedacinho de um mundo mais livre.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PARA!!! 11 meses.



Sem mais, meu coração está borboletando de alegria, orgulho e lágrimas! 1 ano vem nimim!

Gael está ganhando o mundo, enche a casa de alegria, todas as casas que ele vai, brinca, ri, e já faz traquinagens pra caramba!
E no fim do dia, quando ficamos quietinhos, juntinhos, ele mamando e suspirando de satisfação, olhinhos revirando de tanto prazer, percebo que sim, o ano mais feliz de minha vida foi esse, vejo ali que tudo vale a pena e estamos fazendo um belíssimo trabalho... é muito amor!

Vamos as conquistas:

Está medindo 78 cm e pesando 10kilos,

Tem 4 dentes em cima e 3 embaixo,

O bonito aprendeu a falar não! O que acho ótimo! Vez ou outra algum mala pede pra ele fazer alguma gracinha e se ele não esta a fim, simplismente diz NãO! mama agradece,

Se escuta alguém falar não, automaticamente balança a cabeça!

Adora comer banana e descobriu que tabém ama arroz,

Quando mexe onde não deve balança as mãos freneticamente e olha com cara de espanto,

Está ensaiando ficar em pé sozinho,sem apaiar em nada, até conseguiu uma vez, se empolgou bateu palma e caiu de bunda!

Anda a casa toda apoiando nos moveis

Faz carinho, chamego e da beijo, de bocão aberto e babando...

Já sabe quem é quem, Vô, Vó, tios, bisa...

Reconhece partes de seu corpinho, pé, umbigo, barriga, orelha, dentes e por aí vai,

Mostra a língua de menino maluquinho, aquela fofa, de lado! Hahha

Começou a brincar de escode ecode sozinho, atras a cortina, com a fralda ou cobertor...

A comunicação esta fluindo, fala, pede e eu juro que entendo, a mais nova é a ADA= água!

Adora passear, o lugar preferido é o botânico que temos pertinho de casa, lá se joga na grama e não quer nem saber,

Adora bichos, seu preferido São os passarinhos e cavalos,

Descobriu que ama motos, não pode ver um capacete que pira!

Descobriu também o avião! É escutar o barulho que olha pra cima tentando encontra-lo,

Anda engraçadinho, faz caretas, caras e bocas, carinhos, ri quando rimos, um fofo!!!!

E ai que esse desenvolvimento louco nnao para não para não para não...e eu suspirando de tanto amor.

sábado, 9 de junho de 2012

Mãe e solidão.





Minha gravidez foi linda, me sentia a pessoa mais radiante, abençoada e especial da face da terra, era como se eu estivesse conectada ao universo, sentia cada vibração do meu corpo em transformação, da vida florescendo, não senti as bads da gravidez, meu cabelo ficou brilhante, sedoso, cresceu!!!! as unhas fortes, a pele lisa e luminosa, enfim...me sentia linda, maravilhoa, exibindo minha barrigona por ai.
Meu parto não poderia ter sido mais bonito, adorei a sensação de dar a luz, curti cada contração, vivi de maneira intensa tudo aquilo, não lacerei, não tomei medicamentos, não senti dores, sai do hospital com orgulho e meu filho nos braços, sorriso de orelha a orelha e peitos cheios de leite.
Não tive depressão pós parto, a ligação rolou desde o primeiro segundo do ladicá, meu filho pegou o peito e mamou com vontade desde o primeiro minuto de vida, tudo estava lindo, tudo foi lindo, se não fosse alguns detalhes que a gente não lê no livro, coisinhas que nenhuma mãe conta, aliás, ninguém fala.

Tenho escrito a respeito desde o nascimento do Gael, e hoje, depois de assistir ao video, o tema não me sai da cabeça de jeito maneira, a solidão de ser mãe, é um tabu do cacete e algo tão natural.
Criei em meu imaginário, (e olha que ele é bem trabalhado e aberto), que depois que meu filho nascesse, a vida seria bela, (todos os dias), eu e maridón felizes e em sintonia eterna, tudo fluindo e lindo...massssssss, a realidade é outra, não que seja cruel, mas depois de anos criando um ideal de vida em familia, vida de mãe, fica dificil encarar que aquilo lá, era no minimo pose pra foto de revista.

Ter um filho muda a vida em todos os sentidos, os amigos somem,ao menos aqueles que saiam pra balada e bebedeira, ou seja, aqueles dos últimos 27 anos, a familia palpita demais e pra piorar, toda mãe que a gente encontra pelo caminho, relata maravilhas dessa fase inicial, nenhuma filha da mãe teve bebê com cólica, os bebês dormiam a noite toda, o bico não rachou, os maridos ajudavam que era uma maravilha, ninguém teve noite em claro...ahãmm...os as filhasdaputa fazem de pirraça, ou se esqueceram mesmo, afinal essa parece um mecanismo da natureza para a procriação...fanfarrona.
O fato é que, senti um solidão tremenda, de dá medo, estava feliz, muito feliz, mas me sentia sozinha, ali no meio da madrugada, com meu tesouro precioso nos braços, a sensação é que ninguém na face da terra estava tão cansada como eu, mãe recém parida, a vida a dois começa entrar em um parafuso medonho, um sempre se sentindo mais cansado que o outro, a mãe porque, oi!, é mãe, vira madrugada, dá de mama, não come na hora certa, toma banho correndo e ouvindo em sua cabeça o choro do pequeno,(juro que cheguei a desligar o chuveiro umas 10 vezes em um único banho, só pra me certificar que ele de fato não estava chorando), a mãe não consegue respirar, de verdade, e quando o marido pega o bebê na tentativa de ajudar, no primeiro choro, traz de volta correndo, alegando, é claro, que ele quer mamar, a verdade é que ninguém tem a paciência (saco) da mãe, no final, sobra tudin pra ela, e isso demorou entrar na minha cabeça. Já o outro, está cansado porque trabalha mais, afinal, agora tem uma familia para cuidar, trabalha mais pois a mulher não está trabalhando, dada a condição recém parida, também não dorme direito, ainda que consiga ficar ali deitadinho, fingindo de morto quando o bebe acorda, e o marido cansa de escutar a mulher reclamar dessa surpresa da maternidade, enfim, o bicho pega.
Aquela conexão da gravidez cai pelo cano, eu me senti em uma ilha deserta, sem contato com o mundo exterior, e isso nada tem haver com a quantidade de visitas recebidas, ou apoio familiar, a solidão que se sente é aquela, do meio da multidão.
Juro, que toda vez que saía, ou pra pagar uma conta correndo, ir comprar alguma coisa, observava criteriosamente todas as mulheres que encontrava, algumas bonitas, unhas feitas, cabelo escovado, não conseguia resistir, imaginava se tinha um bebê em casa, se ela, assim como eu, estava ali correndo, com a cabeça lá, no pitoco, ou não, ela nem sabe o que é a vida de uma mãe, assim como eu não imaginava a pouco mais de um ano, e quando alguma conhecida ganhava bebê, um risinho malicioso tomava conta de mim, tipo, ahhhhh, não sou a única!!!!
E ai, que parece que essa fase nunca vai passar, e não é que passa, ou pelo menos nos acostumamos com a idéia, o pitoco começa a virar gentinha, brinca mais, ri mais, dorme mais, e a vida vai entrando no eixo, seguindo seu caminho com mais cor e a tranquilidade parece rondar novamente, e ai, sabe o que a mãe (não tão recém parida assim) faz?? Começa a planejar a próxima gravidez, jurando que da próxima vai tirar de letra.