quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O caiçara.


Das mãos, pendia um cigarro, junto aos calos do dia a dia, olhos doces, profundos, e mesmo sem serem azuis, o azul se fazia, talvez pelo fato do mar ser sua alma, talvez pelo mar refletir ali, a pele arranhada pelas manhãs, sol que ardeu, queimou e marcou, e ainda assim ele parecia não se importar, exalava um cheiro de gratidão misturado com contentamento, por ser aquele, por viver ali.
A doçura incabível à nós seres do concreto e asfalto, nós que somos regidos por cifras, nós que já haviamos perdido a esperança nos homens, ali, naquele momento, com os pés fincados na areia, um sopro de azul se fez, um sopro e um alívio, ufa! ainda pode dar certo.

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