segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MAIOR.


Estranho o quanto nos enganamos, ou o quanto nossos sentimentos mudam, ou...o quanto os sentimentos são vastos.
Semana passada o amor era bonito, grande, semana passada até me desiludi com nossa raça, pobre raça de corações partidos, achei que pouco iria restar de bom nesse mundão, semana passada achei que era feliz, inteira...e a semana passou...
Como uma borboleta recém nascida, sai de mim, vi que a felicidade da semana passada era pequena, miúda, a inteireza que achei ser dona, caiu por terra, me faltava pedaços, coisinhas tão pequenas, tão importantes, era pouco, parecia o suficiente, me assustei, chorei, achei que não cabia mais amor, que iria sufocar, de maneira reprimida busquei explicações, comprovações, meus olhos viam o que meu coração pediu com tanto amor, meus olhos quase não enxergava de tanto transbordar, desaguava sem parar de tanta luz, não pode ser...o amor pode sim crescer e o bonito...se multiplicar.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amor.


Algumas coisas não precisam ser explicadas, algumas delas falam por si, arrepia a pele e revira as entranhas.
Desde sempre possuo esse dom, farejo alto aquilo que não me acrescenta, olhares que parecem querer roubar-te a alma, aqueles que saem faísca, esses são os que reviram as entranhas, sorrisos falsos, que arrepiam a pele...Tantas coisas que tantos propagam pelo ares, tanta coisa inútil, tanta coisa mesquinha, uma fagulha a mais na bolha que vivemos, na superficialidade decadente, na pobreza de espirito, no pouco que a humanidade está se resumindo...e antes fosse o nada, por que o que meus olhos teimam a ver é muito pior, é a falta de esperança no homem, é tentar de maneira desesperada plantar o bem e se ver sozinha, sozinha em uma multidão de corações amargos, sabendo que a única maneira é continuar a plantar, ainda que sozinha, isso nunca precisaram me explicar, ainda que muitos já tenham se esquecido.
Acredito viver em uma época que não me encontro, hoje não existem ideais, não se sabe lutar por seus ideais, em pleno 2010 o amor está cada vez menos livre, a inocência se foi junto com o amor.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nasci para voar.


Minha cabeça anda a mil, tão a mil que mil vezes sentei à frente do caderninho, aquele de capa surrada e folhas amassadas, aquele que carrego a tira colo, vai que uma idéia surge na cabeça, tenho de ter papel e caneta,e nada! nada...comecei vários textos, arrisquei poesias e BUMMM... morri na primeira linha...
Vai ver tô meio assim, muita coisa pra falar que o melhor mesmo é ficar quietinha...a pensar, assim consigo voar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A doçura.


A vida é doce! Ela sempre a viu dessa maneira, sempre a sentiu dessa maneira, ainda que vez ou outra se sinta uma criança a espera da raspa da panela, ainda que na ânsia de devorar toda essa doçura acabe comendo cru ou se queimando, defeito bobo, quem sabe até uma qualidade, que jura de pés juntos tentar corrigir, pensa, na maior parte das vezes tarde demais, depois da língua arder com a quentura do seu prato predileto.
Hoje, ela se vê rodeada de paciência, de céus que vão se tingindo lentamente de laranja, de estrelas aparecendo na surdina, como um malandro a espreita na esquina, vê o verde nascendo devagar e crescendo, florindo, na verdade, as flores estão a ensinando muito, ensinando que tem regar, tirar as daninhas, olhar, ter calma...a primavera está a ensinar, os ninhos feitos, as crias...e a vida que se renova, que surgi ainda mais doce, aquela criada por ela.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sem pé nem cabeça.


Por ter nascido dia 01, ela de maneira inocente e equivocada, esperava ser lembrada de maneira mais fácil, ao menos, a contagem dos anos sempre foram mais simples, ao contrário, as pessoas se esqueciam, viajavam, e sempre estavam bebadas.
Sempre adorou a palavra goma, lantejoula, gude, enchantée e tantas outras que enchem a boca de água, as tardes de outono, o frio com o sol, toureiros levando chifradas, boiadeiros sendo pisoteados , sempre amou, assistir filme a tarde, abacaxi congelada, vitamina de banana, maquiagem de manhã, cabelo ao vento, sempre gostou de cortar o cabelo, guardar pedaço de papel, papel de chiclete, ou qualquer coisa que traga recordações, nunca gostou do culote herdado pela mãe, e dos joelhos tortos herdados do pai, sempre quis ter uma história de amor na familia, sempre sonhou em ter histórias de familia, familia unida e objetos de herança, a pouco conseguiu seu primeiro, um bule de sua tataravó, que deu pra sua bisa que deu pra sua vó que te deu, e chorou, colocou em seu altar, junto com heranças roubadas, uma flor e john lennon.
Sua vida é leve, com muito peso e algumas mágoas, mas ainda assim ela é leve, com suas marcas e manchas escuras, ora desbotadadas, mas ainda assim coloridas...ela se descobriu encantada pela vida ainda nos dias que a vida parece não fazer sentido, pelos pequenos prazeres, pelas pequenas coisas, pelas coisas certas, seja o papel de chiclete, seja por suas tardes de outono...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O caiçara.


Das mãos, pendia um cigarro, junto aos calos do dia a dia, olhos doces, profundos, e mesmo sem serem azuis, o azul se fazia, talvez pelo fato do mar ser sua alma, talvez pelo mar refletir ali, a pele arranhada pelas manhãs, sol que ardeu, queimou e marcou, e ainda assim ele parecia não se importar, exalava um cheiro de gratidão misturado com contentamento, por ser aquele, por viver ali.
A doçura incabível à nós seres do concreto e asfalto, nós que somos regidos por cifras, nós que já haviamos perdido a esperança nos homens, ali, naquele momento, com os pés fincados na areia, um sopro de azul se fez, um sopro e um alívio, ufa! ainda pode dar certo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

As manhãs.


Ela criou um costume, de manhã, quando o sol está a apontar, faz seu chá, come algumas torradas e sai, anda descalça pela grama ainda molhada, e deita no deque de madeira, que em outrora foi a fachada de seu estúdio, acima dela, arvores, um pé de não sei o que, outro de carambolas, as folhas verdinhas em um tom claro e algumas amareladas, não amarelo de morte, e sim, o amarelo da contra luz, e isso a faz suspirar, olha os beija-flores, passarinhos de todos os tipos e formatos, ri sozinha, ri junto...e toda manhã faz tudo igual.
O dia nasce, mesmo quando não queremos, partindo desse pressuposto, ela resolveu acordar com bons pensamentos, com luz de dentro pra fora, e deixar que essa luz se misture ao verde do seu jardim, toda manhã, ela doa um pouquinho da sua e recebe um ali, deitada, sorrindo e olhando pra céu, um tantão.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Amor.


O amor torna as coisas muito curiosas, coisas simples, dia a dia, coisinhas batidas, mas que com a dose certa (ou errada, nunca se sabe), do mais puro e simples amor, surge a ansiedade, ânsia por tudo junto ao mesmo tempo, ânsia por se fundir ao outro, vontade...
Da vontade de dois, nasce ao desejo de três, do pedaço de um com o pedaço do dois...ahhh...como a espera corrói até o coação mais metálico já conhecido...ânsia, vontade, espera...
Que nosso amor renda frutos, flores e mais amor...não vejo a hora.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Delicadeza.


Quando criança, ela era medrosa, chorava de medo, tremia a cada trovão, nunca havia quebrado o pé, o braço, ou qualquer membro, não adoecia, não sentia dores e ainda assim temia a vida.Os anos se passaram e no auge de sua adolescência, como um pecador a se castigar, tentava buscar a dor, amores despedaçados, vida desregrada, só para poder compensar aqueles anos de laço na cabeça e bunda no sofá, olhando a vida passar pela janela com medo de provar e gostar. Aos poucos, percebeu que não teve culpa disso tudo, que foi assim e pronto, e nesse momento, a delicadeza que existia em seus passos se desfez de uma só vez, e se tornou o que é hoje.
Hoje, ela é um tropeço em pessoa, gestos grandiosos, fala alto, xinga e fala palavrão, ri de si mesma, ri dos outros, faz piada, acorda descabelada e definitvamene não leva jeito para lidar com cristais, louças e afins delicados, ela já tentou ser fina, gestos graciosos, voz pausada e uniforme, andar elegante, ahhh coisinhas cor de rosa, que parecem mais a piada em seu corpo...em vão, se entristeceu vez ou outra por ser assim, meio esquisita, gosta de coisas antigas, canta no chuveiro,canta na estrada, só pra distrair, escreve para se sentir viva, fotografa por amor ao que vê, guarda papeis desnecessários, e lá no fundo tem mania de organização, descobriu que coleciona óculos antigos, e o coração chega a dar camalhotas se for de uma pessoa que já morreu,adora flores por toda casa,incenso, meditação e yoga, ama animais, e vez ou outra tem quase certza que os seus falam com ela, sente as suas vozes dentro de si, e adora, lê, e chora com o final dos livros, sonha e acorda perdida no próprio quarto,se emociona ao ver crianças, mas odeia criança em restaurante, se imagina com os9 meses, barriga empinada e orgulosa, valoriza coisas pequenas, cartas, blhetinhos e olhares de surpresa, gosta dos detalhes, mãos, orelhas, fotos recortadas, pedaços...
E quando ela se deu conta de como seria se descrever, percebeu que a delicadeza sempre a acompanhou, ainda que falando alto e vez ou outa um palavrão, que existia delicadeza em sua risada escandalosa e seu andar de 1,75, a delicadeza sempre se fez presente nos tropeções e principalmente nas manhãs descabeladas...sendo assim, respirou aliviada, se olho de canto de olho, se olhou de fora pra dentro sem receios, e ali, inteira e fluida, se viu, se reconheceu delicada reconheceu delicadeza.

sábado, 17 de julho de 2010

A visitante.


Depois de um longo período de contentamento, alegrias e flores saltando da alma é claro e óbvio que a espreita estava ela, com seu capuz a cobrir um olho e outro cobiçando todas aquelas cores que lhe ofuscavam a única vista que estava a usar, sorriu maliciosa, dentes cerrados e coração envolto na prata enferrujado de seu arame farpado, fechou os punhos e se jogou, caiu em cima daquele irritante jardim florido e ali mesmo fez seu ninho de cobras e lagartos. Depois de alguns dias analisando e bolando seu plano maligno, surgiu a idéia genial... "Só posso matar todas essas flores se eu pulverizá-las com o descaso, mancharei essas cores se eu jogar um pouquinho de desamor e esse contentamento...ahh... coisa de fraco, só vou conseguir derrotá-lo com meu destilar de decepção...
Sem pestanejar, começou seu trabalho sujo, feito cobra, rastejou por entre a vida que exalava naquele lar e em uma só baforada despejou toda água parada e fédida que existia em sua alma, se é que podemos falar de alma. Passado alguns dias a moça das flores sentiu o gosto amargo dessa visita, chorou ao sentir o desprezo de pessoas queridas, doeu ao ver o desamor brotar no coração de muitos que lhe habitava o seu jardim, chorou e se perguntou por quê ?
Por que as pessoas mudam tanto?
Por que algumas pra pior?
Por que a educação e o bom senso não nascem embutidos na cabecinha de todos?
Por quê?
Depois de tanto se desgastar e borrar todas as cores possíveis de sua vida, ela resolveu se deparar com essa visitante áspera... parou, encarou o seu capuz e como quem tira um peso das costas cansadas, retrucou em alto e bom som, respondendo suas próprias perguntas de uma só vez:

Sabe por que as coisas acontecem assim? Porque só assim saberei reconhecer o que é real, o que tem coração, só assim me faço forte, e só assim me faço inteira...

Como num susto, a visitante intrusa afastou seu capuz e mostro um olho de girassol, contrastando com o seu outro negro feito carvão, se apresentou como a verdade, a realidade... que é boa e ruim, dependendo do olho que se vê.
Assim, uma amizade foi selada e um acordo feito, doa a quem doer que a verdade se apresente, pois só assim saberei quem devo cultivar no meu jardim.

sábado, 3 de julho de 2010

Silêncio.


Enquanto comia, percebeu que estava em silêncio, coisa rara pra alguém que pensava tanto,tão rápido, nem de mal humor conseguia tal façanha, o desaguar de pensamento verbalizados nunca cessava.
Assim, pega de surpresa pela ausência de palavras, prestou atenção no rumo que a vida estava a tomar, nas revoluções vida a fora.Na verdade, constatou que estava a viver a segunda, sentiu pena de sua pobre memória, pois a primeira delas, parece ser uma história lida, ou contada por outrem, de um suspiro tentou arrancar o cheiro do que passou, se entristeceu, pois foi em vão.
Hoje na segunda aventura de sua precoce vida, se angustia, quer que tudo esteja no lugar, reza em silêncio para que ao menos aumente 5 horas em seu dia, implora paciência para uma vasta gama de Deuses e Santos, e hoje, no mudo de seus ouvidos, se deu conta de que pouco importa, afinal quando se vive, a história sempre escapará de sua memória, é como se sentar na varanda em um dia laranja e ler um livro, o coração leve feito pluma, o suspiro de alivio. Silêncio.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Cores.


Ao ver todas as cores, ela mesma corou, não envergonhada, e sim corou pela bola de algodão que se fez em sua garganta, e aquele comichão que parecia comer o peito, cessou por um segundo, dois talvez, em seguida, das cores, fez-se um borrão, pois a janela de sua alma nesse instante margou-lhe a face numa gota multifacetada, cintilante, chorou...desaguou de maneira contida por nem acreditar no que via, e assim as palavras escorregaram baixinhas e abafadas pelas batidas desritmadas do seu pobre coração...MEU LAR, NOSSO LAR.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A pescadeira


E ela se apresentou:
"´E que eu sou pescadeira...", disse isso com os olhos de um castanho derretido que me fez lembrar uma calda de chocolate,límpidos por trás de seus óculos, nos lábios, um sorriso doce, tão doce que meu vontade de leva-la pra casa, os cabelos, de certo já brancos, mas a brancura era disfarçada por uma vermelho vivo, não ardido como o fogo e sim, confortável como a lenha a queimar num dia frio.
Falou do seu véio, da Nelinha, pobre Nelinha, que foi chamada de maneira equivocada por duas semanas de princesa, na verdade, Nelinha é sim uma princesa, cachorrinha simpática que parece ter herdado a doçura de sua dona, a pescadeira, a senhorinha olhar de chocolate, a nova vizinha.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poeira .


E a vida aconteceu...aliás a vida está a acontecer de maneira tão intensa que vez ou outra o casal cansado se olha por entre a poeira que paira no ar, poeira de revolução, poeira de tirar o velho e entrar o novo, poeira de alegria e um tanto de cansaço, poeira...muita poeira, noites em claro,jantares de lanchinho, quando não, pão com manteiga, banho gelado, dor na costas e frio...
Ahhh o quanto a vida esta a presentar o casal estranho com gostos esquisitos, casal que desde sempre rubrou a vida e tingiu o sentimento, coloriu os cantos mais feiosos que habitaram, construiram familia ainda que sendo 2, se olharam , brigaram e agora trocam planos de um só sentados na beira da varanda, olhando para um céu tão estrelado, bem mais estrelado do que aquele que eles viam da casa velha, é...casa velha, agora o casal tem casa nova, e assim eles seguem a tingir mais sentimentos, a colorir mais cantos, a cantar nas manhãs frias...juntos, felizes ainda que cansados.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sorria que seu rumo se alumia.


Há dias que a poesia falta, que o mundo parece não girar no sentido certo...
E em dias assim um pacto havia se instaurado, ela não iria jamais pensar que tudo estava fora do lugar, (por mais que estivesse de ponta cabeça)
Ela seguiu seu ritual, acordou feliz, ainda que suas entranhas estavam a se contorcer, respirou fundo, mesmo com o ar faltando, pensou, lembrou e desejou que tudo estivesse bem, agradeceu por tudo estar bem e tentou, como tentou se conformar com a idéia de as coisas acontecem por algum motivo maior, tirou a lição dos fatos, foi até o banheiro, se olhou em um dos vários espelhos à sua frente e um deles não era um espelho, era uma frase que ela mesma havia colado, já sabendo que em dias triste se olha no espelho, talvez buscando a alegria no fundo da alma, talvez só para comprovar tamanha tristeza..o fato é que se deparou com a frase...

SORRIA QUE SEU RUMO SE ALUMIA...

E assim o fez, e assim o seu rumo se alumiu.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

...


Esse post simplesmente não precisa de nada...só de uma imagem...

gente que fofura de show...que voz é aquela!!!

Cat Power.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

No seu lugar.


O despertador ao certo tocou,mas o sono era tão profundo que foi em vão...se sentiu bem, não no estado natural da palavra, e sim, alagada por um contetamento descabido, quando um raio de sol entrou por entre a seda e as flores a despertou e tudo ficou confuso, esfregou os olhos como uma criança desacreditada, e só ai se deu conta que não era um sonho, era a vida que havia planejado, ela estava exatamente onde queria estar, estava no afago rubro do coração que havia desejado bater junto ao seu, estavam envolvidos pela mesma atmosfera púrpura...acordaram felizes e uno, assim se fez silêncio...aquele cheio de poesia.

sábado, 22 de maio de 2010

O ato de fugir.


Nada melhor que fugir, meio sem rumo, ainda que o endereço esteja certo, meio assim, lenço no pescoço...
Nada melhor que escapar, escapar dessa rotina maçante que reduz a pó toda e qualquer inspiração...
Sendo assim...que venha a liberdade de dois dias, pés no chão, ahhhh....e ar puro.

terça-feira, 18 de maio de 2010


Acordei meio assim, achando que era domingo, perdida entre o sonho da noite e a manhã de uma simples terça feira, meu sonho na verdade foi um flashback, daqueles bem gostosos e realistas quanto qualquer sonho bom tem que ser, sonhei com o que foi a 10 anos atrás...
Aonde se encontram as amigas inseparavéis, as amigas de infância ?Saudade das risadas durante a madrugada, quando depois de uma panela de brigadeiro as amigas riam e contavam da vida, faziam planos para uma vida adulta que parecia estar tão distante, saudade dos bilhetes, dos cadernos de perguntas (hahaha) antigos cadernos de perguntas que o orkut tomou pra si, saudade das confissões que as terapias tomaram pra si, as conversas na beira da calçada, das reuniões regadas a macarrão cheinho de creme de leite sem contar uma caloria se quer, sem pensar no colesterol e na bunda das de 30,até por que os 30 estava distante demais da nossa realidade, saudade dessas que foram e por mais que ainda sejam tão importantes pra mim, agora se encontram tão distantes,as amigas que iam se casar juntas, ter filhos juntas, ahhh quantos planos e quantos rumos a vida tomou, saudade de tudo que fomos juntas, amigas, irmãs por escolha e hoje, especialmente hoje saudosas amigas...
Queria escrever alguma coisa sobre bonita sobre elas (e eles), não dá..seria pouco, muito pouco por tudo que foi...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do verbo criar...


Sempre que pensava sobre mães e filhos se emocionava, talvez por seus laços serem estreitos demais, talvez pelo relógio biológico já ter batido sua porta, talvez a grande culpa seja da ancestralidade, causando um nó em qualquer cabecinha sóbria e moderna,ou sabe-se lá o que, o fato é que se emocionava com toda beleza, a grandeza de gerar, a transformação do corpo só para trazer mais um, o laço eterno, a poesia disso tudo.
Ela chorou ao se imaginar grávida, chorou ao imaginar o rostinho desse sonho, desejou com todas as forças comemorar o próximo dia das mães, sonhou em criar lembranças, e essa foi a melhor sensação do mundo, chorou ao perceber que tudo isso está muito próximo e de alivio e contentamento sorriu ao olhar ao redor e não se ver sozinha.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Raízes.


Não sei se se sou a única, mas sempre senti que algo grandioso estava a beira de acontecer, grandioso mesmo, claro que o fato de estar viva, apaixonada, com um marido lindo, fofo, cachorros, casa, trabalho já é motivo o bastante para se sentir maravilhada com a vida, mas... sempre senti que algo maior estava por vir...
uma grande idéia, um estalo, um lapso, sei lá.
A vontade de realizar alguns feitos sempre me perseguiu,sempre sonhei com fotografia, me tornei fotografa e tenho meu estudio, que lindo, só não imagina que isso tudo fosse acontecer tão rápido, acho sim que terei uma grife de roupas um dia, sim, acho que terei muitos filhos, familia grande, um abrigo para cachorros, que quando terminar o francês que amo irei aprender pelo menos mais dois idiomas e que seja o hindi e italiano, vou pra India, França e quando tudo estiver as tampas por aqui vamos (eu e maridão) para o sul do Chile...por ai vai...
Então ontem em um surto quase psicótico, arregacei as mangas, comprei telas, pincéis, tintas, solventes e tudo que tinha direito...sei lá né, vai que numa dessas a coisa tão grandiosa que espero aconteça matei o dia de trampo e fiquei a criar coisinhas, esboços, peguei minha pastas de desenhos já empoeiradas e revi cores e texturas de minha época de artes plásticas...quem sabe o grandiosos que tanto profetizei esteja ai, em voltar as minhas raízes...
Quem sabe...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe.


Sempre que pensava nos dias, o coração teimava em apertar, e pensava que as luas passavam muito depressa e que quando percebia o aluguel já estava a vencer novamente.
Viveu os anos, sentiu cada lua e junto dela os seus vários humores, seus amores e desamores de lua, e assim como quem desperta de um sono profundo percebeu que os seus melhores anos haviam passado com alguma dessas luas, sentiu pena de si mesma e nesse momento decidiu reverter essa situção..mais como resgatar coisas tão pequenas que pra ela fazem tanto sentido? como fazer com as pessoas percebam o que realmente vale a pena?
Como perceber o que realmente vale a pena?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dream..


"Isso é pra você aprender que não se pode mudar o mundo'...
E ela sem aguentar o nó que se formou na garganta, saiu, saiu sem engolir direito o jantar, saiu com os olhos a transbordar, vazando o restinho do sonho de mudar pelo menos um pouquinho do mundo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A luz e a cor.


Os dois como pessoa tinham suas peculiaridades, ele alucinado pela luz, cantor no banho, eletricista, mecânico, marceneiro...e tantas outras coisas, aliás qualquer coisa que aparecesse, nasceu na cidade mas de alguma maneira sempre soube tudo sobre o sitio, sabia falar com todos, de todas as maneiras, trocava idiomas, mesmo que sempre tenha morado em um único lugar, o Brasil, inventava palavras e as defendiam até que alguém já irritado comprovasse sua não existência no google, ele era assim, avoadoooo, sempre interrompeu assustos muito importantes, dormia em discussões ferrenhas...
Ela por sua vez, maniática, queria tudo no seu lugar, adora filmes de comédia das mais bobinhas e com finais felizes, acordava cantando e (6 da manhã), sempre ria de tudo, perdeu amigos mais nunca a piada, por sua vez alucinada pelas imagens, cores, cheiros e toque, dona de casa de araque, adorava, mas quando estivesse a fim, sonhava em ter o dom da cozinha, sabe , colocar o avental florido e fazer um bolo, e assim, esse era seu trauma, morria de medo de água, adorava uma grama, balões, libélulas, flores em garrafas de cerveja espalhadas pela casa, sempre se achou um espirito velho em um corpo jovem, sempre transitou entre o bôemio e o zen, e esse era seu maior desequilibrio...
Ele fugia das metas, aliás, ele nunca soube o que significava a palavra meta!, ela sempre foi movida por elas, sempre deu muita importância aos ciclos, não só aos dela, como também aos da vida, até aos folclóricos, clichês, a segunda-feira, o dia 01, o ano novo, o que para alguns besteira da mais pura, para ela algo muito além, talvez por ter chegado ao mundo no primeiro dia do ano.
E assim, ambos decidiram iniciar um novo ciclo, um se fechou, e agora não tem volta...um só pode se abrir.
Como casal os dois eram complementares, assim como o vermelho e ciano, e em alguns momentos iguais, o que mais odiavam na verdade, ver seus próprios defeitos no outro.
E de tanto amor resolveram multiplicar, dividir, se dividerem em mais um, e ai só deus sabe o que virá, talvez um vermelho, talvez um ciano...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pare o mundo...só um pouquinho vai...


Porque hoje é sexta-feira, aquelas sextas psicológicas, deliciosas e frustrantes, que vamos dormir tarde, beber todas, sair da dieta, não fazer a bendita caminhada ao fim de tarde só pelo simples motivo do mundo não funcionar amanhã...AIAIAIAI o mundo deveria parar mais vezes, deixar a gente respirar sem peso na consciência, pois ando assim, com medo de respirar, sem tempo para respirar, e a pressão rolando, o mundo cobrando, as pessoas ligando e a louça diária pra lavar...
Cansa né?!, mulher moderna é o caralho...vez ou outra penso sobre isso, um turbilhão de coisas, trabalho, casa, contas, vontades reprimidas, casa, trabalho, amigos, diversão sacrificada e por ai vai, o ciclo nunca se fecha.
Vontade de trabalhar só para viver, viajar, ter filhos, curtir a vida ao extremo, vontade de trabalhar com uma meta e não parar de guardar até construir uma casa, um futuro e ai uma familia, ahhh... e essa vontade eu tenho e logo passa, sou tão imediatista, chega a doer.
Tiro a conclusão que a vida é bem mais simples do que imaginamos, um tanto mais fluida, leve, nós a complicamos, seria bem simples viver de acordo com o sentir...pena que nem todo dia é sexta feira (psicológica ou não), pena que o telefone continua a tocar, a pressão continua a rolar e o mundo continua funcionando...pena que continuo sem tempo para respirar...

domingo, 18 de abril de 2010

A gente muda o mundo da mudança da mente...


Pobre de ti, que nunca se quer teve um lampejo,que nunca te ocorreu algo mágico...
Que sim!!! Você pode escolher seus pensamentos, pode permitir que a paz te invada, como o sol em um dia cinza.
Que você pode ter verões internos constantes, que a plenitude começa em você, só em você,
que ninguém é responsável por sua felicidade, que ninguém além de você mesmo pode te tirar do vazio, que o único que pode te alegrar é você, que ninguém tem por obrigação te tirar da onde você mesmo se colocou, que a maldade, a inveja, o ódio estão simplismente em seus próprios olhos...

Então faça seus verões internos, contantes e pense que quando a gente muda o mundo muda com a gente...assim a vida começa a fazer sentido.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A estrangeira.


A busca pelo meio é e sempre será o pote de ouro do final do arco-iris.
Minha busca não começou hoje e está muito distante de cessar, talvez não, já que a maioria dos relatos inclui um flash, uma luz repentia, mas estou longe de crer em nirvanas estantâneos.
Busco em minha bagagem histórias, sentimentos, cheiros e qualquer vestigio que seja desse flash, e o que encontro na maioria das vezes (senão em todas) é a simples vontade de tal feito.
De repente o meio seja esse, com possiveis alterações, é verdade, mas quem sabe eu esteja vivendo tudo isso e só não percebo pelo simples fato de buscar mais, é do instinto do homem mendigar migalhas quando se está o tempo todo em cima de sua maior riqueza.
A paz não tem nome, endereço, tampouco amuletos, o coração não é só o orgão, além de sangue é ele que nutre o contentamento, dele vem a paz. Me sinto estrageira de mim, de tudo que me permeia, de ânsias que atormentam, vez ou outra, no melhor sentido da palavra, minha cabeça vive a transitar entre o mundano e o divino, o bem e o mal, e talvez essa seja minha essência, quem sabe eu seja esse pessoa, aquele tipo de pessoa que pisa a terra e olha o céu com a eterna vontade de fincar os pés no chão e manter a cabeça nas nuvens.
Ponto final! Eis o que sou...eis o meio meio.

Na íNDIA isso tem um nome: ANTESIVIAM ,a estrangeira de si mesma

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dias assim..


Há alguns dias que o melhor é calar, são dias que as as palavras não fazem sentido e o sentir ultrapassa toda e qualquer compreensão. Nesses dias o melhor é andar, porque quando andamos, andamos, o melhor mesmo é parar, parar bem longe de nós mesmo, olhar de longe, de canto de olho,à espreita com o silêncio.
A muito ela não passava por dia desses, os dias estavam completos, e tudo fazia sentido, hoje foi diferente, fácil seria culpar os malditos hormônios, afinal que mulher quer ter a culpa do silêncio, quer ser responsável por tamanha falta de palavras?!
No final da noite, resolveu não culpar ninguém, nem a si mesma por pensar demais, nem o marido por pensar diferente e nem seus pobres hormônios que nada tem a ver com isso, sentiu, desistiu de entender, e só nessa hora passou, cara a cara com o silêncio resolveu dar um basta. PRONTO!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

é preciso um bocado de tristeza...


Final feliz, o que será esse maldito final feliz?
Contos de fadas terminam assim, mais nunca explicam ao certo como é isso, sorrir sempre? nunca parar pra pensar na vida? Goethe cantou a bola tem um bom tempo né gente..."Nada é mais difícil de suportar que uma sucessão de dias belos"
Poxa vida!!! precisamos do contraste, só sabemos da alegria por conta da tristeza, sofrer é muito importante, quando dói sabemos estabelecer limites, começamos a perceber o tamanho real das coisas...
Lembra do Vinicius?

´E melhor ser alegre que ser triste
alegria é a melhor coisa que existe
é assim como a luz no coração

E a continuacão, alguém se lembra?

Mas pra fazer um samba com beleza
é preciso um bocado de tristeza
senão não se faz samba não!!

Pois é, comercial de margarina, absorvente, banco...não pode ser referência.Sofrer é muito, muito importante, diga-se de passagem ine-vi-tá-vel, só ai passamos a ser felizes de verdade.
E ainda acredito que a alegria é ter dias tristes.

Sigo, feliz...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Deux


A dois o sol ficou mais bonito, até se via flares por ai.
Como de costume pararam em um canto, ficaram enquanto estava bom e sairam, ele acendeu um cigarro, falou de nada, mas como não significar nada se fez tanto sentido, se pouco tocou a alma, se o sol ardia e o vento sacoteava as folhas e o lenço que pendia do pescoço?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E de tanto olhar...


Ela andava meio assim, meio plena e meio em busca..do que? Esse sempre foi motivo digno de terapia, ela nunca soube ao certo, a não ser que de tempo em tempo se sentia em busca de algo,certa vez,sem querer chegou a pensar que essa ânsia por buscar algo estivesse totalmente relacionado ao clima,é, clima, o outono a deixava assim.
O sol ardia e o azul chagava a irritar quando ela foi tomada por um sentimento único...
sentou na grama molhada, sem tão pouco se importar, sentiu o chão e olhou, olhou a confusão de andorinhas voando, quase correndo em um pequeno côncavo de verde e água e de tanto olhar, olhou para dentro e ali viu como quem vê um fantasma, se deparou com as mesmas andorinhas...