segunda-feira, 26 de abril de 2010

A luz e a cor.


Os dois como pessoa tinham suas peculiaridades, ele alucinado pela luz, cantor no banho, eletricista, mecânico, marceneiro...e tantas outras coisas, aliás qualquer coisa que aparecesse, nasceu na cidade mas de alguma maneira sempre soube tudo sobre o sitio, sabia falar com todos, de todas as maneiras, trocava idiomas, mesmo que sempre tenha morado em um único lugar, o Brasil, inventava palavras e as defendiam até que alguém já irritado comprovasse sua não existência no google, ele era assim, avoadoooo, sempre interrompeu assustos muito importantes, dormia em discussões ferrenhas...
Ela por sua vez, maniática, queria tudo no seu lugar, adora filmes de comédia das mais bobinhas e com finais felizes, acordava cantando e (6 da manhã), sempre ria de tudo, perdeu amigos mais nunca a piada, por sua vez alucinada pelas imagens, cores, cheiros e toque, dona de casa de araque, adorava, mas quando estivesse a fim, sonhava em ter o dom da cozinha, sabe , colocar o avental florido e fazer um bolo, e assim, esse era seu trauma, morria de medo de água, adorava uma grama, balões, libélulas, flores em garrafas de cerveja espalhadas pela casa, sempre se achou um espirito velho em um corpo jovem, sempre transitou entre o bôemio e o zen, e esse era seu maior desequilibrio...
Ele fugia das metas, aliás, ele nunca soube o que significava a palavra meta!, ela sempre foi movida por elas, sempre deu muita importância aos ciclos, não só aos dela, como também aos da vida, até aos folclóricos, clichês, a segunda-feira, o dia 01, o ano novo, o que para alguns besteira da mais pura, para ela algo muito além, talvez por ter chegado ao mundo no primeiro dia do ano.
E assim, ambos decidiram iniciar um novo ciclo, um se fechou, e agora não tem volta...um só pode se abrir.
Como casal os dois eram complementares, assim como o vermelho e ciano, e em alguns momentos iguais, o que mais odiavam na verdade, ver seus próprios defeitos no outro.
E de tanto amor resolveram multiplicar, dividir, se dividerem em mais um, e ai só deus sabe o que virá, talvez um vermelho, talvez um ciano...

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